sábado, 26 de maio de 2012

Terceirização e Servidão.

Quanto maior uma empresa mais difícil é de administrá-la. Dessa lógica simplista nasceu a terceirização de serviços. Seria mais ou menos assim, tenho uma loja virtual que vende pela internet e entrega em casa. Por que montar uma logística de entregas e perder o foco do negócio se existem empresas que fazem entregas em todo o Brasil como os Correios? Portanto deixando outra empresa cuidar das entregas posso concentrar-me nas vendas que é o objetivo da minha empresa.
Com a Globalização muitas empresas desvirtuaram o conceito de terceirização. Algumas grandes marcas começaram a terceirizar parte ou toda a produção de seus produtos em países estrangeiros onde as leis são mais permissivas, carga tributária menor e mão de obra mais barata. Como a gigante Nike que produz calçados na Argentina e Filipinas mas é uma marca Norte-Americana.
A servidão é uma relação de trabalho típica da idade média. Algumas pessoas dizem que a servidão é pior que a escravidão e em parte concordo. O servo trabalhava nas terras dos senhores feudais para arrendar parte da terra para sua subsistência. Portanto ele tinha que tirar seu próprio sustento da sua terra ao contrário dos escravos que também não tinham remuneração mas eram alimentandos pelo seu senhores. E segundo a revista ISTOÉ algumas empresas trouxeram este conceito camponês medieval para o século XXI. Adaptaram a terceirização de serviços para aferirem mais lucros ainda. Muitas confecções em Goiânia seguem este mesmo modelo da grife Gregory. Dividem a produção em etapas e distribuem-as entre seus "colaboradores" e pagam uma ínfima parte do valor total para os produtores. A diferença clara para mim com a servidão é que os meios de produção eram de propriedade dos senhores feudais e hoje os próprios explorados são donos das máquinas. Este modelo difere com a terceirização pois nela o terceirizador designa a outra empresa especializada parte do seu trabalho e a empresa terceirizada cobra pelo serviço o valor que lhe convir. Nesta prática escravocrata a empresa lida com pessoas físicas diretamente e a remuneram o quanto mal entenderem. Foi uma prática criada para eximir as empresas de arcar com encargos trabalhistas.
Alheia a estas práticas a bancada ruralista ( a mesma que acabou com o código florestal) da câmara adia esta discussão pois não querem tratar da situação dos seus cortadores de cana e carvoeiros. E você o que acha disso?

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